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1
- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
2
- CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
3
- CONSELHO PLENO
4
-
5
- RESOLUÇÃO Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015 O 9
6
-
7
- Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
8
- formação inicial em nível superior (cursos de
9
- licenciatura, cursos de formação pedagógica para
10
- graduados e cursos de segunda licenciatura) e para
11
- a formação continuada.
12
-
13
- O Presidente do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições
14
- legais e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995, Lei nº 9.394,
15
- de 20 de dezembro de 1996, Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, Lei nº 11.502, de 11 de
16
- julho de 2007, Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, Lei
17
- nº 13.005, de 25 de junho de 2014, observados os preceitos dos artigos 61 até 67 e do artigo
18
- 87 da Lei nº 9.394, de 1996, que dispõem sobre a formação de profissionais do magistério, e
19
- considerando o Decreto nº 6.755, de 29 de janeiro de 2009, as Resoluções CNE/CP nº 1, de
20
- 18 de fevereiro de 2002, CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002, CNE/CP nº 1, de 15 de
21
- maio de 2006, CNE/CP nº 1, de 11 de fevereiro de 2009, CNE/CP nº 3, de 15 de junho de
22
- 2012, e as Resoluções CNE/CEB nº 2, de 19 de abril de 1999, e CNE/CEB nº 2, de 25 de
23
- fevereiro de 2009, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, bem como o
24
- Parecer CNE/CP nº 2, de 9 de junho de 2015, homologado por Despacho do Ministro de
25
- Estado da Educação publicado no Diário Oficial do União de 25 de junho de 2015, e
26
-
27
- CONSIDERANDO que a consolidação das normas nacionais para a formação
28
- de profissionais do magistério para a educação básica é indispensável para o projeto nacional
29
- da educação brasileira, em seus níveis e suas modalidades da educação, tendo em vista a
30
- abrangência e a complexidade da educação de modo geral e, em especial, a educação escolar
31
- inscrita na sociedade;
32
-
33
- CONSIDERANDO que a concepção sobre conhecimento, educação e ensino é
34
- basilar para garantir o projeto da educação nacional, superar a fragmentação das políticas
35
- públicas e a desarticulação institucional por meio da instituição do Sistema Nacional de
36
- Educação, sob relações de cooperação e colaboração entre entes federados e sistemas
37
- educacionais;
38
-
39
- CONSIDERANDO que a igualdade de condições para o acesso e a
40
- permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
41
- pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; o respeito à
42
- liberdade e o apreço à tolerância; a valorização do profissional da educação; a gestão
43
- democrática do ensino público; a garantia de um padrão de qualidade; a valorização da
44
- experiência extraescolar; a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
45
- sociais; o respeito e a valorização da diversidade étnico-racial, entre outros, constituem
46
- princípios vitais para a melhoria e democratização da gestão e do ensino;
47
-
48
- CONSIDERANDO que as instituições de educação básica, seus processos de
49
- organização e gestão e projetos pedagógicos cumprem, sob a legislação vigente, um papel
50
-
51
- Resolução CNE/CP 2/2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2 de julho de 2015 — Seção 1 — pp. 8-12.
52
-
53
- (9 Retificação publicada no DOU de 3/7/2015, Seção 1, p. 28: Na Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de
54
- 2015, publicada no Diário Oficial da União de 2/7/2015, Seção 1, pp. 8-12, no Art. 17, 8 1º, p. 11, onde se lê: "II
55
- - atividades ou cursos de extensão, oferecida por atividades formativas diversas, em consonância com o projeto
56
- de extensão aprovado pela instituição de educação superior formadora;", leia-se: "III - atividades ou cursos de
57
- extensão, oferecida por atividades formativas diversas, em consonância com o projeto de extensão aprovado pela
58
- instituição de educação superior formadora;".
59
-
60
- (9 Alterada pela Resolução CNE/CP nº 1, de 9 de agosto de 2017.
61
- estratégico na formação requerida nas diferentes etapas (educação infantil, ensino
62
- fundamental e ensino médio) e modalidades da educação básica;
63
-
64
- CONSIDERANDO a necessidade de articular as Diretrizes Curriculares
65
- Nacionais para a Formação Inicial e Continuada, em Nível Superior, e as Diretrizes
66
- Curriculares Nacionais para a Educação Básica;
67
-
68
- CONSIDERANDO os princípios que norteiam a base comum nacional para a
69
- formação inicial e continuada, tais como: a) sólida formação teórica e interdisciplinar; b)
70
- unidade teoria-prática; c) trabalho coletivo e interdisciplinar; d) compromisso social e
71
- valorização do profissional da educação; e) gestão democrática; f) avaliação e regulação dos
72
- cursos de formação;
73
-
74
- CONSIDERANDO a articulação entre graduação e pós-graduação e entre
75
- pesquisa e extensão como princípio pedagógico essencial ao exercício e aprimoramento do
76
- profissional do magistério e da prática educativa;
77
-
78
- CONSIDERANDO a docência como ação educativa e como processo
79
- pedagógico intencional e metódico, envolvendo conhecimentos específicos, interdisciplinares
80
- e pedagógicos, conceitos, princípios e objetivos da formação que se desenvolvem entre
81
- conhecimentos científicos e culturais, nos valores éticos, políticos e estéticos inerentes ao
82
- ensinar e aprender, na socialização e construção de conhecimentos, no diálogo constante entre
83
- diferentes visões de mundo;
84
-
85
- CONSIDERANDO o currículo como o conjunto de valores propício à
86
- produção e à socialização de significados no espaço social e que contribui para a construção
87
- da identidade sociocultural do educando, dos direitos e deveres do cidadão, do respeito ao
88
- bem comum e à democracia, às práticas educativas formais e não formais e à orientação para
89
- o trabalho;
90
-
91
- CONSIDERANDO a realidade concreta dos sujeitos que dão vida ao currículo
92
- e às instituições de educação básica, sua organização e gestão, os projetos de formação,
93
- devem ser contextualizados no espaço e no tempo e atentos às características das crianças,
94
- adolescentes, jovens e adultos que justificam e instituem a vida da/e na escola, bem como
95
- possibilitar a reflexão sobre as relações entre a vida, o conhecimento, a cultura, o profissional
96
- do magistério, o estudante e a instituição;
97
-
98
- CONSIDERANDO que a educação em e para os direitos humanos é um direito
99
- fundamental constituindo uma parte do direito à educação e, também, uma mediação para
100
- efetivar o conjunto dos direitos humanos reconhecidos pelo Estado brasileiro em seu
101
- ordenamento jurídico e pelos países que lutam pelo fortalecimento da democracia, e que a
102
- educação em direitos humanos é uma necessidade estratégica na formação dos profissionais
103
- do magistério e na ação educativa em consonância com as Diretrizes Nacionais para a
104
- Educação em Direitos Humanos;
105
-
106
- CONSIDERANDO a importância do profissional do magistério e de sua
107
- valorização profissional, assegurada pela garantia de formação inicial e continuada, plano de
108
- carreira, salário e condições dignas de trabalho;
109
-
110
- CONSIDERANDO o trabalho coletivo como dinâmica político-pedagógica
111
- que requer planejamento sistemático e integrado,
112
-
113
- Resolve:
114
-
115
- CAPÍTULO I
116
- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
117
-
118
- Art. 1º Ficam instituídas, por meio da presente Resolução, as Diretrizes
119
- Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada em Nível Superior de
120
- Profissionais do Magistério para a Educação Básica, definindo princípios, fundamentos,
121
- dinâmica formativa e procedimentos a serem observados nas políticas, na gestão e nos
122
- programas e cursos de formação, bem como no planejamento, nos processos de avaliação e de
123
- regulação das instituições de educação que as ofertam.
124
-
125
- 8 1º Nos termos do 8 1º do artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
126
- Nacional (LDB), as instituições formadoras em articulação com os sistemas de ensino, em
127
- regime de colaboração, deverão promover, de maneira articulada, a formação inicial e
128
- continuada dos profissionais do magistério para viabilizar o atendimento às suas
129
- especificidades nas diferentes etapas e modalidades de educação básica, observando as
130
- normas específicas definidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
131
-
132
- 8 2º As instituições de ensino superior devem conceber a formação inicial e
133
- continuada dos profissionais do magistério da educação básica na perspectiva do atendimento
134
- às políticas públicas de educação, às Diretrizes Curriculares Nacionais, ao padrão de
135
- qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), manifestando
136
- organicidade entre o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), seu Projeto
137
- Pedagógico Institucional (PPT) e seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) como expressão de
138
- uma política articulada à educação básica, suas políticas e diretrizes.
139
-
140
- 83º Os centros de formação de estados e municípios, bem como as instituições
141
- educativas de educação básica que desenvolverem atividades de formação continuada dos
142
- profissionais do magistério, devem concebê-la atendendo às políticas públicas de educação, às
143
- Diretrizes Curriculares Nacionais, ao padrão de qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação
144
- da Educação Superior (Sinaes), expressando uma organicidade entre o seu Plano Institucional,
145
- o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Projeto Pedagógico de Formação Continuada (PPFC)
146
- através de uma política institucional articulada à educação básica, suas políticas e diretrizes.
147
-
148
- Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e
149
- Continuada em Nível Superior de Profissionais do Magistério para a Educação Básica
150
- aplicam-se à formação de professores para o exercício da docência na educação infantil, no
151
- ensino fundamental, no ensino médio e nas respectivas modalidades de educação (Educação
152
- de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação do
153
- Campo, Educação Escolar Indígena, Educação a Distância e Educação Escolar Quilombola),
154
- nas diferentes áreas do conhecimento e com integração entre elas, podendo abranger um
155
- campo específico e/ou interdisciplinar.
156
-
157
- 8 1º Compreende-se a docência como ação educativa e como processo
158
- pedagógico intencional e metódico, envolvendo conhecimentos específicos, interdisciplinares
159
- e pedagógicos, conceitos, princípios e objetivos da formação que se desenvolvem na
160
- construção e apropriação dos valores éticos, linguísticos, estéticos e políticos do
161
- conhecimento inerentes à sólida formação científica e cultural do ensinar/aprender, à
162
- socialização e construção de conhecimentos e sua inovação, em diálogo constante entre
163
- diferentes visões de mundo.
164
-
165
- 8 2º No exercício da docência, a ação do profissional do magistério da
166
- educação básica é permeada por dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas por meio de
167
- sólida formação, envolvendo o domínio e manejo de conteúdos e metodologias, diversas
168
- linguagens, tecnologias e inovações, contribuindo para ampliar a visão e a atuação desse
169
- profissional.
170
-
171
- Art. 3º A formação inicial e a formação continuada destinam-se,
172
- respectivamente, à preparação e ao desenvolvimento de profissionais para funções de
173
- magistério na educação básica em suas etapas — educação infantil, ensino fundamental, ensino
174
- médio — e modalidades — educação de jovens e adultos, educação especial, educação
175
- profissional e técnica de nível médio, educação escolar indígena, educação do campo,
176
- educação escolar quilombola e educação a distância — a partir de compreensão ampla e
177
- contextualizada de educação e educação escolar, visando assegurar a produção e difusão de
178
- conhecimentos de determinada área e a participação na elaboração e implementação do
179
- projeto político-pedagógico da instituição, na perspectiva de garantir, com qualidade, os
180
- direitos e objetivos de aprendizagem e o seu desenvolvimento, a gestão democrática e a
181
- avaliação institucional.
182
-
183
- $ 1º Por educação entendem-se os processos formativos que se desenvolvem na
184
- vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino, pesquisa e
185
- extensão, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas relações criativas
186
- entre natureza e cultura.
187
-
188
- 8 2º Para fins desta Resolução, a educação contextualizada se efetiva, de modo
189
- sistemático e sustentável, nas instituições educativas, por meio de processos pedagógicos
190
- entre os profissionais e estudantes articulados nas áreas de conhecimento específico e/ou
191
- interdisciplinar e pedagógico, nas políticas, na gestão, nos fundamentos e nas teorias sociais e
192
- pedagógicas para a formação ampla e cidadã e para o aprendizado nos diferentes níveis,
193
- etapas e modalidades de educação básica.
194
-
195
- 83º A formação docente inicial e continuada para a educação básica constitui
196
- processo dinâmico e complexo, direcionado à melhoria permanente da qualidade social da
197
- educação e à valorização profissional, devendo ser assumida em regime de colaboração pelos
198
- entes federados nos respectivos sistemas de ensino e desenvolvida pelas instituições de
199
- educação credenciadas.
200
-
201
- 8 4º Os profissionais do magistério da educação básica compreendem aqueles
202
- que exercem atividades de docência e demais atividades pedagógicas, incluindo a gestão
203
- educacional dos sistemas de ensino e das unidades escolares de educação básica, nas diversas
204
- etapas e modalidades de educação (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio,
205
- educação de jovens e adultos, educação especial, educação profissional e técnica de nível
206
- médio, educação escolar indígena, educação do campo, educação escolar quilombola e
207
- educação a distância), e possuem a formação mínima exigida pela legislação federal das
208
- Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
209
-
210
- 8 5º São princípios da Formação de Profissionais do Magistério da Educação
211
- Básica:
212
-
213
- I - a formação docente para todas as etapas e modalidades da educação básica
214
- como compromisso público de Estado, buscando assegurar o direito das crianças, jovens e
215
- adultos à educação de qualidade, construída em bases científicas e técnicas sólidas em
216
- consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica;
217
-
218
- II - a formação dos profissionais do magistério (formadores e estudantes) como
219
- compromisso com projeto social, político e ético que contribua para a consolidação de uma
220
- nação soberana, democrática, justa, inclusiva e que promova a emancipação dos indivíduos e
221
- grupos sociais, atenta ao reconhecimento e à valorização da diversidade e, portanto, contrária
222
- a toda forma de discriminação;
223
-
224
- II - a colaboração constante entre os entes federados na consecução dos
225
- objetivos da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação
226
- Básica, articulada entre o Ministério da Educação (MEC), as instituições formadoras e os
227
- sistemas e redes de ensino e suas instituições;
228
-
229
- IV - a garantia de padrão de qualidade dos cursos de formação de docentes
230
- ofertados pelas instituições formadoras;
231
-
232
- V - a articulação entre a teoria e a prática no processo de formação docente,
233
- fundada no domínio dos conhecimentos científicos e didáticos, contemplando a
234
- indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
235
-
236
- VI - o reconhecimento das instituições de educação básica como espaços
237
- necessários à formação dos profissionais do magistério;
238
-
239
- VII - um projeto formativo nas instituições de educação sob uma sólida base
240
- teórica e interdisciplinar que reflita a especificidade da formação docente, assegurando
241
- organicidade ao trabalho das diferentes unidades que concorrem para essa formação;
242
-
243
- VIII - a equidade no acesso à formação inicial e continuada, contribuindo para
244
- a redução das desigualdades sociais, regionais e locais;
245
- IX - a articulação entre formação inicial e formação continuada, bem como
246
- entre os diferentes níveis e modalidades de educação;
247
-
248
- X - a compreensão da formação continuada como componente essencial da
249
- profissionalização inspirado nos diferentes saberes e na experiência docente, integrando-a ao
250
- cotidiano da instituição educativa, bem como ao projeto pedagógico da instituição de educação
251
- básica;
252
-
253
- XI - a compreensão dos profissionais do magistério como agentes formativos
254
- de cultura e da necessidade de seu acesso permanente às informações, vivência e atualização
255
- culturais.
256
-
257
- 8 6º O projeto de formação deve ser elaborado e desenvolvido por meio da
258
- articulação entre a instituição de educação superior e o sistema de educação básica,
259
- envolvendo a consolidação de fóruns estaduais e distrital permanentes de apoio à formação
260
- docente, em regime de colaboração, e deve contemplar:
261
-
262
- I- sólida formação teórica e interdisciplinar dos profissionais;
263
-
264
- IH - a inserção dos estudantes de licenciatura nas instituições de educação
265
- básica da rede pública de ensino, espaço privilegiado da práxis docente;
266
-
267
- III - o contexto educacional da região onde será desenvolvido;
268
-
269
- IV - as atividades de socialização e a avaliação de seus impactos nesses
270
- contextos;
271
-
272
- V - a ampliação e o aperfeiçoamento do uso da Língua Portuguesa e da
273
- capacidade comunicativa, oral e escrita, como elementos fundamentais da formação dos
274
- professores, e da aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais (Libras);
275
-
276
- VI - as questões socioambientais, éticas, estéticas e relativas à diversidade
277
- étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional e sociocultural como princípios
278
- de equidade.
279
-
280
- 8 7º Os cursos de formação inicial e continuada de profissionais do magistério
281
- da educação básica para a educação escolar indígena, a educação escolar do campo e a
282
- educação escolar quilombola devem reconhecer que:
283
-
284
- I - a formação inicial e continuada de profissionais do magistério para a
285
- educação básica da educação escolar indígena, nos termos desta Resolução, deverá considerar
286
- as normas e o ordenamento jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, visando à
287
- valorização plena das culturas dos povos indígenas e à afirmação e manutenção de sua
288
- diversidade étnica;
289
-
290
- II - a formação inicial e continuada de profissionais do magistério para a
291
- educação básica da educação escolar do campo e da educação escolar quilombola, nos termos
292
- desta Resolução, deverá considerar a diversidade étnico-cultural de cada comunidade.
293
-
294
- Art. 4º A instituição de educação superior que ministra programas e cursos de
295
- formação inicial e continuada ao magistério, respeitada sua organização acadêmica, deverá
296
- contemplar, em sua dinâmica e estrutura, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão para
297
- garantir efetivo padrão de qualidade acadêmica na formação oferecida, em consonância com o
298
- Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Pedagógico Institucional (PPT) e o
299
- Projeto Pedagógico de Curso (PPC).
300
-
301
- Parágrafo único. Os centros de formação de estados e municípios, bem como as
302
- instituições educativas de educação básica que desenvolverem atividades de formação
303
- continuada dos profissionais do magistério, deverão contemplar, em sua dinâmica e estrutura,
304
- a articulação entre ensino e pesquisa, para garantir efetivo padrão de qualidade acadêmica na
305
- formação oferecida, em consonância com o plano institucional, o projeto político-pedagógico
306
- e o projeto pedagógico de formação continuada.
307
-
308
- . CAPÍTULO II .
309
- FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO
310
- PARA EDUCAÇÃO BÁSICA: BASE COMUM NACIONAL
311
- Art. 5º A formação de profissionais do magistério deve assegurar a base
312
- comum nacional, pautada pela concepção de educação como processo emancipatório e
313
- permanente, bem como pelo reconhecimento da especificidade do trabalho docente, que
314
- conduz à práxis como expressão da articulação entre teoria e prática e à exigência de que se
315
- leve em conta a realidade dos ambientes das instituições educativas da educação básica e da
316
- profissão, para que se possa conduzir o(a) egresso(a):
317
-
318
- I - à integração e interdisciplinaridade curricular, dando significado e
319
- relevância aos conhecimentos e vivência da realidade social e cultural, consoantes às
320
- exigências da educação básica e da educação superior para o exercício da cidadania e
321
- qualificação para o trabalho;
322
-
323
- II - à construção do conhecimento, valorizando a pesquisa e a extensão como
324
- princípios pedagógicos essenciais ao exercício e aprimoramento do profissional do magistério
325
- e ao aperfeiçoamento da prática educativa;
326
-
327
- III - ao acesso às fontes nacionais e internacionais de pesquisa, ao material de
328
- apoio pedagógico de qualidade, ao tempo de estudo e produção acadêmica-profissional,
329
- viabilizando os programas de fomento à pesquisa sobre a educação básica;
330
-
331
- IV - às dinâmicas pedagógicas que contribuam para o exercício profissional e o
332
- desenvolvimento do profissional do magistério por meio de visão ampla do processo
333
- formativo, seus diferentes ritmos, tempos e espaços, em face das dimensões psicossociais,
334
- histórico-culturais, afetivas, relacionais e interativas que permeiam a ação pedagógica,
335
- possibilitando as condições para o exercício do pensamento crítico, a resolução de problemas,
336
- o trabalho coletivo e interdisciplinar, a criatividade, a inovação, a liderança e a autonomia;
337
-
338
- V - à elaboração de processos de formação do docente em consonância com as
339
- mudanças educacionais e sociais, acompanhando as transformações gnosiológicas e
340
- epistemológicas do conhecimento;
341
-
342
- VI - ao uso competente das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
343
- para o aprimoramento da prática pedagógica e a ampliação da formação cultural dos(das)
344
- professores(as) e estudantes;
345
-
346
- VII - à promoção de espaços para a reflexão crítica sobre as diferentes
347
- linguagens e seus processos de construção, disseminação e uso, incorporando-os ao processo
348
- pedagógico, com a intenção de possibilitar o desenvolvimento da criticidade e da criatividade;
349
-
350
- VIII - à consolidação da educação inclusiva através do respeito às diferenças,
351
- reconhecendo e valorizando a diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa
352
- geracional, entre outras;
353
-
354
- IX - à aprendizagem e ao desenvolvimento de todos(as) os(as) estudantes
355
- durante o percurso educacional por meio de currículo e atualização da prática docente que
356
- favoreçam a formação e estimulem o aprimoramento pedagógico das instituições.
357
-
358
- Art. 6º A oferta, o desenvolvimento e a avaliação de atividades, cursos e
359
- programas de formação inicial e continuada, bem como os conhecimentos específicos,
360
- interdisciplinares, os fundamentos da educação e os conhecimentos pedagógicos, bem como
361
- didáticas e práticas de ensino e as vivências pedagógicas de profissionais do magistério nas
362
- modalidades presencial e a distância, devem observar o estabelecido na legislação e nas
363
- regulamentações em vigor para os respectivos níveis, etapas e modalidades da educação
364
- nacional, assegurando a mesma carga horária e instituindo efetivo processo de organização,
365
- de gestão e de relação estudante/professor, bem como sistemática de acompanhamento e
366
- avaliação do curso, dos docentes e dos estudantes.
367
-
368
- CAPÍTULO II
369
- DO(A) EGRESSO(A) DA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA
370
- Art. 7º O(A) egresso(a) da formação inicial e continuada deverá possuir um
371
- repertório de informações e habilidades composto pela pluralidade de conhecimentos teóricos
372
- e práticos, resultado do projeto pedagógico e do percurso formativo vivenciado cuja
373
- consolidação virá do seu exercício profissional, fundamentado em princípios de
374
- interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética
375
- e sensibilidade afetiva e estética, de modo a lhe permitir:
376
-
377
- I - o conhecimento da instituição educativa como organização complexa na
378
- função de promover a educação para e na cidadania;
379
-
380
- II - a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de
381
- interesse da área educacional e específica;
382
-
383
- III - a atuação profissional no ensino, na gestão de processos educativos e na
384
- organização e gestão de instituições de educação básica.
385
-
386
- Parágrafo único. O PPC, em articulação com o PPI e o PDI, deve abranger
387
- diferentes características e dimensões da iniciação à docência, entre as quais:
388
-
389
- I - estudo do contexto educacional, envolvendo ações nos diferentes espaços
390
- escolares, como salas de aula, laboratórios, bibliotecas, espaços recreativos e desportivos,
391
- ateliês, secretarias;
392
-
393
- Il - desenvolvimento de ações que valorizem o trabalho coletivo,
394
- interdisciplinar e com intencionalidade pedagógica clara para o ensino e o processo de ensino-
395
- aprendizagem;
396
-
397
- II - planejamento e execução de atividades nos espaços formativos
398
- (instituições de educação básica e de educação superior, agregando outros ambientes
399
- culturais, científicos e tecnológicos, físicos e virtuais que ampliem as oportunidades de
400
- construção de conhecimento), desenvolvidas em níveis crescentes de complexidade em
401
- direção à autonomia do estudante em formação;
402
-
403
- IV - participação nas atividades de planejamento e no projeto pedagógico da
404
- escola, bem como participação nas reuniões pedagógicas e órgãos colegiados;
405
-
406
- V - análise do processo pedagógico e de ensino-aprendizagem dos conteúdos
407
- específicos e pedagógicos, além das diretrizes e currículos educacionais da educação básica;
408
-
409
- VI - leitura e discussão de referenciais teóricos contemporâneos educacionais e
410
- de formação para a compreensão e a apresentação de propostas e dinâmicas didático-
411
- pedagógicas;
412
-
413
- VII - cotejamento e análise de conteúdos que balizam e fundamentam as
414
- diretrizes curriculares para a educação básica, bem como de conhecimentos específicos
415
- pedagógicos, concepções e dinâmicas didático-pedagógicas, articuladas à prática e à
416
- experiência dos professores das escolas de educação básica, seus saberes sobre a escola e
417
- sobre a mediação didática dos conteúdos;
418
-
419
- VIII - desenvolvimento, execução, acompanhamento e avaliação de projetos
420
- educacionais, incluindo o uso de tecnologias educacionais e diferentes recursos e estratégias
421
- didático-pedagógicas;
422
-
423
- IX - sistematização e registro das atividades em portfólio ou recurso
424
- equivalente de acompanhamento.
425
-
426
- Art. 8º O(A) egresso(a) dos cursos de formação inicial em nível superior
427
- deverá, portanto, estar apto a:
428
-
429
- I - atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade
430
- justa, equânime, igualitária;
431
-
432
- II - compreender o seu papel na formação dos estudantes da educação básica a
433
- partir de concepção ampla e contextualizada de ensino e processos de aprendizagem e
434
- desenvolvimento destes, incluindo aqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na
435
- idade própria;
436
-
437
- D
438
- III - trabalhar na promoção da aprendizagem e do desenvolvimento de sujeitos
439
- em diferentes fases do desenvolvimento humano nas etapas e modalidades de educação
440
- básica;
441
-
442
- IV - dominar os conteúdos específicos e pedagógicos e as abordagens teórico-
443
- metodológicas do seu ensino, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do
444
- desenvolvimento humano;
445
-
446
- V - relacionar a linguagem dos meios de comunicação à educação, nos
447
- processos didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação e
448
- comunicação para o desenvolvimento da aprendizagem;
449
-
450
- VI - promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a
451
- família e a comunidade;
452
-
453
- VII - identificar questões e problemas socioculturais e educacionais, com
454
- postura investigativa, integrativa e propositiva em face de realidades complexas, a fim de
455
- contribuir para a superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais,
456
- religiosas, políticas, de gênero, sexuais e outras;
457
-
458
- VIII - demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de
459
- natureza ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, de faixas geracionais, de classes
460
- sociais, religiosas, de necessidades especiais, de diversidade sexual, entre outras;
461
-
462
- IX - atuar na gestão e organização das instituições de educação básica,
463
- planejando, executando, acompanhando e avaliando políticas, projetos e programas
464
- educacionais;
465
-
466
- X - participar da gestão das instituições de educação básica, contribuindo para
467
- a elaboração, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação do projeto
468
- pedagógico;
469
-
470
- XI - realizar pesquisas que proporcionem conhecimento sobre os estudantes e
471
- sua realidade sociocultural, sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios
472
- ambiental-ecológicos, sobre propostas curriculares e sobre organização do trabalho educativo
473
- e práticas pedagógicas, entre outros;
474
-
475
- XII - utilizar instrumentos de pesquisa adequados para a construção de
476
- conhecimentos pedagógicos e científicos, objetivando a reflexão sobre a própria prática e a
477
- discussão e disseminação desses conhecimentos;
478
-
479
- XIII - estudar e compreender criticamente as Diretrizes Curriculares Nacionais,
480
- além de outras determinações legais, como componentes de formação fundamentais para o
481
- exercício do magistério.
482
-
483
- Parágrafo único. Os professores indígenas e aqueles que venham a atuar em
484
- escolas indígenas, professores da educação escolar do campo e da educação escolar
485
- quilombola, dada a particularidade das populações com que trabalham e da situação em que
486
- atuam, sem excluir o acima explicitado, deverão:
487
-
488
- I - promover diálogo entre a comunidade junto a quem atuam e os outros
489
- grupos sociais sobre conhecimentos, valores, modos de vida, orientações filosóficas, políticas
490
- e religiosas próprios da cultura local;
491
-
492
- II - atuar como agentes interculturais para a valorização e o estudo de temas
493
- específicos relevantes.
494
-
495
- CAPÍTULO IV
496
- DA FORMAÇÃO INICIAL DO MAGISTÉRIO DA
497
- EDUCAÇÃO BÁSICA EM NÍVEL SUPERIOR
498
-
499
- Art. 9º Os cursos de formação inicial para os profissionais do magistério para a
500
- educação básica, em nível superior, compreendem:
501
-
502
- I- cursos de graduação de licenciatura;
503
-
504
- II - cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados;
505
- III - cursos de segunda licenciatura.
506
-
507
- 8 1º A instituição formadora definirá no seu projeto institucional as formas de
508
- desenvolvimento da formação inicial dos profissionais do magistério da educação básica
509
- articuladas às políticas de valorização desses profissionais e à base comum nacional
510
- explicitada no capítulo TI desta Resolução.
511
-
512
- 8 2º A formação inicial para o exercício da docência e da gestão na educação
513
- básica implica a formação em nível superior adequada à área de conhecimento e às etapas de
514
- atuação.
515
-
516
- 8 3º A formação inicial de profissionais do magistério será ofertada,
517
- preferencialmente, de forma presencial, com elevado padrão acadêmico, científico e
518
- tecnológico e cultural.
519
-
520
- Art. 10. A formação inicial destina-se àqueles que pretendem exercer o
521
- magistério da educação básica em suas etapas e modalidades de educação e em outras áreas
522
- nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos, compreendendo a articulação entre
523
- estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, aproveitamento da formação e
524
- experiências anteriores em instituições de ensino.
525
-
526
- Parágrafo único. As atividades do magistério também compreendem a atuação
527
- e participação na organização e gestão de sistemas de educação básica e suas instituições de
528
- ensino, englobando:
529
-
530
- I - planejamento, desenvolvimento, coordenação, acompanhamento e avaliação
531
- de projetos, do ensino, das dinâmicas pedagógicas e experiências educativas;
532
-
533
- II - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico das áreas
534
- específicas e do campo educacional.
535
-
536
- Art. 11. A formação inicial requer projeto com identidade própria de curso de
537
- licenciatura articulado ao bacharelado ou tecnológico, a outra(s) licenciatura(s) ou a cursos de
538
- formação pedagógica de docentes, garantindo:
539
-
540
- I - articulação com o contexto educacional, em suas dimensões sociais,
541
- culturais, econômicas e tecnológicas;
542
-
543
- II - efetiva articulação entre faculdades e centros de educação, institutos,
544
- departamentos e cursos de áreas específicas, além de fóruns de licenciatura;
545
-
546
- III - coordenação e colegiado próprios que formulem projeto pedagógico e se
547
- articulem com as unidades acadêmicas envolvidas e, no escopo do PDI e PPI, tomem decisões
548
- sobre a organização institucional e sobre as questões administrativas no âmbito de suas
549
- competências;
550
-
551
- IV - interação sistemática entre os sistemas, as instituições de educação
552
- superior e as instituições de educação básica, desenvolvendo projetos compartilhados;
553
-
554
- V - projeto formativo que assegure aos estudantes o domínio dos conteúdos
555
- específicos da área de atuação, fundamentos e metodologias, bem como das tecnologias;
556
-
557
- VI - organização institucional para a formação dos formadores, incluindo
558
- tempo e espaço na jornada de trabalho para as atividades coletivas e para o estudo e a
559
- investigação sobre o aprendizado dos professores em formação;
560
-
561
- VII - recursos pedagógicos como biblioteca, laboratórios, videoteca, entre
562
- outros, além de recursos de tecnologias da informação e da comunicação, com qualidade e
563
- quantidade, nas instituições de formação;
564
-
565
- VIII - atividades de criação e apropriação culturais junto aos formadores e
566
- futuros professores.
567
-
568
- Art. 12. Os cursos de formação inicial, respeitadas a diversidade nacional e a
569
- autonomia pedagógica das instituições, constituir-se-ão dos seguintes núcleos:
570
-
571
- I - núcleo de estudos de formação geral, das áreas específicas e
572
- interdisciplinares, e do campo educacional, seus fundamentos e metodologias, e das diversas
573
- realidades educacionais, articulando:
574
- a) princípios, concepções, conteúdos e critérios oriundos de diferentes áreas do
575
- conhecimento, incluindo os conhecimentos pedagógicos, específicos e interdisciplinares, os
576
- fundamentos da educação, para o desenvolvimento das pessoas, das organizações e da
577
- sociedade;
578
-
579
- b) princípios de justiça social, respeito à diversidade, promoção da participação
580
- e gestão democrática;
581
-
582
- c) conhecimento, avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos,
583
- procedimentos e processos de ensino e aprendizagem que contemplem a diversidade social e
584
- cultural da sociedade brasileira;
585
-
586
- d) observação, análise, planejamento, desenvolvimento e avaliação de
587
- processos educativos e de experiências educacionais em instituições educativas;
588
-
589
- e) conhecimento multidimensional e interdisciplinar sobre o ser humano e
590
- práticas educativas, incluindo conhecimento de processos de desenvolvimento de crianças,
591
- adolescentes, jovens e adultos, nas dimensões física, cognitiva, afetiva, estética, cultural,
592
- lúdica, artística, ética e biopsicossocial;
593
-
594
- f) diagnóstico sobre as necessidades e aspirações dos diferentes segmentos da
595
- sociedade relativamente à educação, sendo capaz de identificar diferentes forças e interesses,
596
- de captar contradições e de considerá-los nos planos pedagógicos, no ensino e seus processos
597
- articulados à aprendizagem, no planejamento e na realização de atividades educativas;
598
-
599
- g) pesquisa e estudo dos conteúdos específicos e pedagógicos, seus
600
- fundamentos e metodologias, legislação educacional, processos de organização e gestão,
601
- trabalho docente, políticas de financiamento, avaliação e currículo;
602
-
603
- h) decodificação e utilização de diferentes linguagens e códigos linguístico-
604
- sociais utilizadas pelos estudantes, além do trabalho didático sobre conteúdos pertinentes às
605
- etapas e modalidades de educação básica;
606
-
607
- i) pesquisa e estudo das relações entre educação e trabalho, educação e
608
- diversidade, direitos humanos, cidadania, educação ambiental, entre outras problemáticas
609
- centrais da sociedade contemporânea;
610
-
611
- j) questões atinentes à ética, estética e ludicidade no contexto do exercício
612
- profissional, articulando o saber acadêmico, a pesquisa, a extensão e a prática educativa;
613
-
614
- 1) pesquisa, estudo, aplicação e avaliação da legislação e produção específica
615
- sobre organização e gestão da educação nacional.
616
-
617
- II - núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos das áreas de atuação
618
- profissional, incluindo os conteúdos específicos e pedagógicos, priorizadas pelo projeto
619
- pedagógico das instituições, em sintonia com os sistemas de ensino, que, atendendo às
620
- demandas sociais, oportunizará, entre outras possibilidades:
621
-
622
- a) investigações sobre processos educativos, organizacionais e de gestão na
623
- área educacional;
624
-
625
- b) avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos, procedimentos e
626
- processos de aprendizagem que contemplem a diversidade social e cultural da sociedade
627
- brasileira;
628
-
629
- c) pesquisa e estudo dos conhecimentos pedagógicos e fundamentos da
630
- educação, didáticas e práticas de ensino, teorias da educação, legislação educacional, políticas
631
- de financiamento, avaliação e currículo.
632
-
633
- d) Aplicação ao campo da educação de contribuições e conhecimentos, como o
634
- pedagógico, o filosófico, o histórico, o antropológico, o ambiental-ecológico, o psicológico, o
635
- linguístico, o sociológico, o político, o econômico, o cultural;
636
-
637
- INI - núcleo de estudos integradores para enriquecimento curricular,
638
- compreendendo a participação em:
639
-
640
- a) seminários e estudos curriculares, em projetos de iniciação científica,
641
- iniciação à docência, residência docente, monitoria e extensão, entre outros, definidos no
642
-
643
- 10
644
- projeto institucional da instituição de educação superior e diretamente orientados pelo corpo
645
- docente da mesma instituição;
646
-
647
- b) atividades práticas articuladas entre os sistemas de ensino e instituições
648
- educativas de modo a propiciar vivências nas diferentes áreas do campo educacional,
649
- assegurando aprofundamento e diversificação de estudos, experiências e utilização de
650
- recursos pedagógicos;
651
-
652
- c) mobilidade estudantil, intercâmbio e outras atividades previstas no PPC;
653
-
654
- d) atividades de comunicação e expressão visando à aquisição e à apropriação
655
- de recursos de linguagem capazes de comunicar, interpretar a realidade estudada e criar
656
- conexões com a vida social.
657
-
658
- . CAPÍTULO V . ,
659
- DA FORMAÇÃO INICIAL DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
660
- EM NÍVEL SUPERIOR: ESTRUTURA E CURRÍCULO
661
-
662
- Art. 13. Os cursos de formação inicial de professores para a educação básica
663
- em nível superior, em cursos de licenciatura, organizados em áreas especializadas, por
664
- componente curricular ou por campo de conhecimento e/ou interdisciplinar, considerando-se a
665
- complexidade e multirreferencialidade dos estudos que os englobam, bem como a formação
666
- para o exercício integrado e indissociável da docência na educação básica, incluindo o ensino
667
- e a gestão educacional, e dos processos educativos escolares e não escolares, da produção e
668
- difusão do conhecimento científico, tecnológico e educacional, estruturam-se por meio da
669
- garantia de base comum nacional das orientações curriculares.
670
-
671
- 8 1º Os cursos de que trata o caput terão, no mínimo, 3.200 (três mil e
672
- duzentas) horas de efetivo trabalho acadêmico, em cursos com duração de, no mínimo, 8
673
- (oito) semestres ou 4 (quatro) anos, compreendendo:
674
-
675
- I - 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,
676
- distribuídas ao longo do processo formativo;
677
-
678
- II - 400 (quatrocentas) horas dedicadas ao estágio supervisionado, na área de
679
- formação e atuação na educação básica, contemplando também outras áreas específicas, se for
680
- o caso, conforme o projeto de curso da instituição;
681
-
682
- III - pelo menos 2.200 (duas mil e duzentas) horas dedicadas às atividades
683
- formativas estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos 1 e II do artigo 12 desta
684
- Resolução, conforme o projeto de curso da instituição;
685
-
686
- IV - 200 (duzentas) horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em
687
- áreas específicas de interesse dos estudantes, conforme núcleo definido no inciso III do artigo
688
- 12 desta Resolução, por meio da iniciação científica, da iniciação à docência, da extensão e da
689
- monitoria, entre outras, consoante o projeto de curso da instituição.
690
-
691
- 8 2º Os cursos de formação deverão garantir nos currículos conteúdos
692
- específicos da respectiva área de conhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos e
693
- metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na
694
- área de políticas públicas e gestão da educação, seus fundamentos e metodologias, direitos
695
- humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua
696
- Brasileira de Sinais (Libras), educação especial e direitos educacionais de adolescentes e
697
- jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
698
-
699
- 8 3º Deverá ser garantida, ao longo do processo, efetiva e concomitante relação
700
- entre teoria e prática, ambas fornecendo elementos básicos para o desenvolvimento dos
701
- conhecimentos e habilidades necessários à docência.
702
-
703
- 8 4º Os critérios de organização da matriz curricular, bem como a alocação de
704
- tempos e espaços curriculares, se expressam em eixos em torno dos quais se articulam
705
- dimensões a serem contempladas, como previsto no artigo 12 desta Resolução.
706
-
707
- 11
708
- 8 5º Nas licenciaturas, curso de Pedagogia, em educação infantil e anos iniciais
709
- do ensino fundamental a serem desenvolvidas em projetos de cursos articulados, deverão
710
- preponderar os tempos dedicados à constituição de conhecimento sobre os objetos de ensino,
711
- e nas demais licenciaturas o tempo dedicado às dimensões pedagógicas não será inferior à
712
- quinta parte da carga horária total.
713
-
714
- 8 6º O estágio curricular supervisionado é componente obrigatório da
715
- organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente
716
- articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico.
717
-
718
- Art. 14. Os cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados, de
719
- caráter emergencial e provisório, ofertados a portadores de diplomas de curso superior
720
- formados em cursos relacionados à habilitação pretendida com sólida base de conhecimentos
721
- na área estudada, devem ter carga horária mínima variável de 1.000 (mil) a 1.400 (mil e
722
- quatrocentas) horas de efetivo trabalho acadêmico, dependendo da equivalência entre o curso
723
- de origem e a formação pedagógica pretendida.
724
-
725
- 8 1º A definição da carga horária deve respeitar os seguintes princípios:
726
-
727
- I - quando o curso de formação pedagógica pertencer à mesma área do curso de
728
- origem, a carga horária deverá ter, no mínimo, 1.000 (mil) horas;
729
-
730
- II - quando o curso de formação pedagógica pertencer a uma área diferente da
731
- do curso de origem, a carga horária deverá ter, no mínimo, 1.400 (mil e quatrocentas) horas;
732
-
733
- II - a carga horária do estágio curricular supervisionado é de 300 (trezentas)
734
- horas;
735
-
736
- IV - deverá haver 500 (quinhentas) horas dedicadas às atividades formativas
737
- referentes ao inciso I deste parágrafo, estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos 1 e II
738
- do artigo 12 desta Resolução, conforme o projeto de curso da instituição;
739
-
740
- V - deverá haver 900 (novecentas) horas dedicadas às atividades formativas
741
- referentes ao inciso II deste parágrafo, estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos 1 e II
742
- do artigo 12 desta Resolução, conforme o projeto de curso da instituição;
743
-
744
- VI - deverá haver 200 (duzentas) horas de atividades teórico-práticas de
745
- aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, conforme núcleo definido no
746
- inciso II do artigo 12, consoante o projeto de curso da instituição;
747
-
748
- 8 2º Os cursos de formação deverão garantir nos currículos conteúdos
749
- específicos da respectiva área de conhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos e
750
- metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na
751
- área de políticas públicas e gestão da educação, seus fundamentos e metodologias, direitos
752
- humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua
753
- Brasileira de Sinais (Libras), educação especial e direitos educacionais de adolescentes e
754
- jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
755
-
756
- 8 3º Cabe à instituição de educação superior ofertante do curso verificar a
757
- compatibilidade entre a formação do candidato e a habilitação pretendida.
758
-
759
- 8 4º O estágio curricular supervisionado é componente obrigatório da
760
- organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente
761
- articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico.
762
-
763
- 85º A oferta dos cursos de formação pedagógica para graduados poderá ser
764
- realizada por instituições de educação superior, preferencialmente universidades, que ofertem
765
- curso de licenciatura reconhecido e com avaliação satisfatória realizada pelo Ministério da
766
- Educação e seus órgãos na habilitação pretendida, sendo dispensada a emissão de novos atos
767
- autorizativos.
768
-
769
- 8 6º A oferta de cursos de formação pedagógica para graduados deverá ser
770
- considerada quando dos processos de avaliação do curso de licenciatura mencionado no
771
- parágrafo anterior.
772
-
773
- 8 7º No prazo máximo de 5 (cinco) anos, o Ministério da Educação, em
774
- articulação com os sistemas de ensino e com os fóruns estaduais permanentes de apoio à
775
-
776
- 12
777
- formação docente, procederá à avaliação do desenvolvimento dos cursos de formação
778
- pedagógica para graduados, definindo prazo para sua extinção em cada estado da federação.
779
-
780
- Art. 15. Os cursos de segunda licenciatura terão carga horária mínima variável
781
- de 800 (oitocentas) a 1.200 (mil e duzentas) horas, dependendo da equivalência entre a
782
- formação original e a nova licenciatura.
783
-
784
- 8 1º A definição da carga horária deve respeitar os seguintes princípios:
785
-
786
- I - quando o curso de segunda licenciatura pertencer à mesma área do curso de
787
- origem, a carga horária deverá ter, no mínimo, 800 (oitocentas) horas;
788
-
789
- II - quando o curso de segunda licenciatura pertencer a uma área diferente da
790
- do curso de origem, a carga horária deverá ter, no mínimo, 1.200 (mil e duzentas) horas;
791
-
792
- II - a carga horária do estágio curricular supervisionado é de 300 (trezentas)
793
- horas;
794
-
795
- $ 2º Durante o processo formativo, deverá ser garantida efetiva e concomitante
796
- relação entre teoria e prática, ambas fornecendo elementos básicos para o desenvolvimento
797
- dos conhecimentos e habilidades necessários à docência.
798
-
799
- 8 3º Os cursos de formação deverão garantir nos currículos conteúdos
800
- específicos da respectiva área de conhecimento e/ou interdisciplinar, seus fundamentos e
801
- metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da educação, formação na
802
- área de políticas públicas e gestão da educação, seus fundamentos e metodologias, direitos
803
- humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua
804
- Brasileira de Sinais (Libras), educação especial e direitos educacionais de adolescentes e
805
- jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
806
-
807
- 8 4º Os cursos descritos no caput poderão ser ofertados a portadores de
808
- diplomas de cursos de graduação em licenciatura, independentemente da área de formação.
809
-
810
- 8 5º Cabe à instituição de educação superior ofertante do curso verificar a
811
- compatibilidade entre a formação do candidato e a habilitação pretendida.
812
-
813
- 8 6º O estágio curricular supervisionado é componente obrigatório da
814
- organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente
815
- articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico.
816
-
817
- 8 7º Os portadores de diploma de licenciatura com exercício comprovado no
818
- magistério e exercendo atividade docente regular na educação básica poderão ter redução da
819
- carga horária do estágio curricular supervisionado até o máximo de 100 (cem) horas.
820
-
821
- 8 8º A oferta dos cursos de segunda licenciatura poderá ser realizada por
822
- instituição de educação superior que oferte curso de licenciatura reconhecido e com avaliação
823
- satisfatória pelo MEC na habilitação pretendida, sendo dispensada a emissão de novos atos
824
- autorizativos.
825
-
826
- 89º A oferta de cursos de segunda licenciatura deverá ser considerada quando
827
- dos processos de avaliação do curso de licenciatura mencionado no parágrafo anterior.
828
-
829
- 8 10. Os cursos de segunda licenciatura para professores em exercício na
830
- educação básica pública, coordenados pelo MEC em regime de colaboração com os sistemas
831
- de ensino e realizados por instituições públicas e comunitárias de educação superior,
832
- obedecerão às diretrizes operacionais estabelecidas na presente Resolução.
833
-
834
- . CAPÍTULO VI .
835
- DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO
836
-
837
- Art. 16. A formação continuada compreende dimensões coletivas,
838
- organizacionais e profissionais, bem como o repensar do processo pedagógico, dos saberes e
839
- valores, e envolve atividades de extensão, grupos de estudos, reuniões pedagógicas, cursos,
840
- programas e ações para além da formação mínima exigida ao exercício do magistério na
841
- educação básica, tendo como principal finalidade a reflexão sobre a prática educacional e a
842
- busca de aperfeiçoamento técnico, pedagógico, ético e político do profissional docente.
843
-
844
- 13
845
- Parágrafo único. A formação continuada decorre de uma concepção de
846
- desenvolvimento profissional dos profissionais do magistério que leva em conta:
847
-
848
- I - os sistemas e as redes de ensino, o projeto pedagógico das instituições de
849
- educação básica, bem como os problemas e os desafios da escola e do contexto onde ela está
850
- inserida;
851
-
852
- II - a necessidade de acompanhar a inovação e o desenvolvimento associados
853
- ao conhecimento, à ciência e à tecnologia;
854
-
855
- III - o respeito ao protagonismo do professor e a um espaço-tempo que lhe
856
- permita refletir criticamente e aperfeiçoar sua prática;
857
-
858
- IV - o diálogo e a parceria com atores e instituições competentes, capazes de
859
- contribuir para alavancar novos patamares de qualidade ao complexo trabalho de gestão da
860
- sala de aula e da instituição educativa.
861
-
862
- Art. 17. A formação continuada, na forma do artigo 16, deve se dar pela oferta
863
- de atividades formativas e cursos de atualização, extensão, aperfeiçoamento, especialização,
864
- mestrado e doutorado que agreguem novos saberes e práticas, articulados às políticas e gestão
865
- da educação, à área de atuação do profissional e às instituições de educação básica, em suas
866
- diferentes etapas e modalidades da educação.
867
-
868
- 8 1º Em consonância com a legislação, a formação continuada envolve:
869
-
870
- I - atividades formativas organizadas pelos sistemas, redes e instituições de
871
- educação básica incluindo desenvolvimento de projetos, inovações pedagógicas, entre outros;
872
-
873
- II - atividades ou cursos de atualização, com carga horária mínima de 20
874
- (vinte) horas e máxima de 80 (oitenta) horas, por atividades formativas diversas, direcionadas
875
- à melhoria do exercício do docente;
876
-
877
- II - atividades ou cursos de extensão, oferecida por atividades formativas
878
- diversas, em consonância com o projeto de extensão aprovado pela instituição de educação
879
- superior formadora;
880
-
881
- IV - cursos de aperfeiçoamento, com carga horária mínima de 180 (cento e
882
- oitenta) horas, por atividades formativas diversas, em consonância com o projeto pedagógico
883
- da instituição de educação superior;
884
-
885
- V - cursos de especialização lato sensu por atividades formativas diversas, em
886
- consonância com o projeto pedagógico da instituição de educação superior e de acordo com
887
- as normas e resoluções do CNE;
888
-
889
- VI - cursos de mestrado acadêmico ou profissional, por atividades formativas
890
- diversas, de acordo com o projeto pedagógico do curso/programa da instituição de educação
891
- superior, respeitadas as normas e resoluções do CNE e da Coordenação de Aperfeiçoamento
892
- de Pessoal de Nível Superior — Capes;
893
-
894
- VII - curso de doutorado, por atividades formativas diversas, de acordo com o
895
- projeto pedagógico do curso/programa da instituição de educação superior, respeitadas as
896
- normas e resoluções do CNE e da Capes.
897
-
898
- 8 2º A instituição formadora, em efetiva articulação com o planejamento
899
- estratégico do Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente e com os sistemas e
900
- redes de ensino e com as instituições de educação básica, definirá no seu projeto
901
- institucional as formas de desenvolvimento da formação continuada dos profissionais do
902
- magistério da educação básica, articulando-as às políticas de valorização a serem efetivadas
903
- pelos sistemas de ensino.
904
-
905
- CAPÍTULO vII .
906
- DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO E SUA VALORIZAÇÃO
907
-
908
- Art. 18. Compete aos sistemas de ensino, às redes e às instituições educativas a
909
-
910
- responsabilidade pela garantia de políticas de valorização dos profissionais do magistério da
911
- educação básica, que devem ter assegurada sua formação, além de plano de carreira, de
912
-
913
- 14
914
- acordo com a legislação vigente, e preparação para atuar nas etapas e modalidades da
915
- educação básica e seus projetos de gestão, conforme definido na base comum nacional e nas
916
- diretrizes de formação, segundo o PDI, PPI e PPC da instituição de educação superior, em
917
- articulação com os sistemas e redes de ensino de educação básica.
918
-
919
- 8 1º Os profissionais do magistério da educação básica compreendem aqueles
920
- que exercem atividades de docência e demais atividades pedagógicas, como definido no artigo
921
- 3º, 8 4º, desta Resolução;
922
-
923
- 8 2º No quadro dos profissionais do magistério da instituição de educação
924
- básica deve constar quem são esses profissionais, bem como a clara explicitação de sua
925
- titulação, atividades e regime de trabalho.
926
-
927
- 83º A valorização do magistério e dos demais profissionais da educação deve
928
- ser entendida como uma dimensão constitutiva e constituinte de sua formação inicial e
929
- continuada, incluindo, entre outros, a garantia de construção, definição coletiva e aprovação
930
- de planos de carreira e salário, com condições que assegurem jornada de trabalho com
931
- dedicação exclusiva ou tempo integral a ser cumprida em um único estabelecimento de ensino
932
- e destinação de 1/3 (um terço) da carga horária de trabalho a outras atividades pedagógicas
933
- inerentes ao exercício do magistério, tais como:
934
-
935
- I- preparação de aula, estudos, pesquisa e demais atividades formativas;
936
-
937
- II - participação na elaboração e efetivação do projeto político-pedagógico da
938
- instituição educativa;
939
-
940
- III - orientação e acompanhamento de estudantes;
941
-
942
- IV - avaliação de estudantes, de trabalhos e atividades pedagógicas;
943
-
944
- V - reuniões com pais, conselhos ou colegiados escolares;
945
-
946
- VI - participação em reuniões e grupos de estudo e/ou de trabalho, de
947
- coordenação pedagógica e gestão da escola;
948
-
949
- VII - atividades de desenvolvimento profissional;
950
-
951
- VIII - outras atividades de natureza semelhante e relacionadas à comunidade
952
- escolar na qual se insere a atividade profissional.
953
-
954
- Art. 19. Como meio de valorização dos profissionais do magistério público nos
955
- planos de carreira e remuneração dos respectivos sistemas de ensino, deverá ser garantida a
956
- convergência entre formas de acesso e provimento ao cargo, formação inicial, formação
957
- continuada, jornada de trabalho, incluindo horas para as atividades que considerem a carga
958
- horária de trabalho, progressão na carreira e avaliação de desempenho com a participação dos
959
- pares, asseverando-se:
960
-
961
- I - acesso à carreira por concurso de provas e títulos orientado para assegurar a
962
- qualidade da ação educativa;
963
-
964
- II - fixação do vencimento ou salário inicial para as carreiras profissionais da
965
- educação de acordo com a jornada de trabalho definida nos respectivos planos de carreira no
966
- caso dos profissionais do magistério, com valores nunca inferiores ao do Piso Salarial
967
- Profissional Nacional, vedada qualquer diferenciação em virtude da etapa ou modalidade de
968
- educação e de ensino de atuação;
969
-
970
- III - diferenciação por titulação dos profissionais da educação escolar básica
971
- entre os habilitados em nível médio e os habilitados em nível superior e pós-graduação lato
972
- sensu, com percentual compatível entre estes últimos e os detentores de cursos de mestrado e
973
- doutorado;
974
-
975
- IV - revisão salarial anual dos vencimentos ou salários conforme a Lei do Piso;
976
-
977
- V - manutenção de comissão paritária entre gestores e profissionais da
978
- educação e os demais setores da comunidade escolar para estudar as condições de trabalho e
979
- propor políticas, práticas e ações para o bom desempenho e a qualidade dos serviços prestados
980
- à sociedade;
981
-
982
- VI - elaboração e implementação de processos avaliativos para o estágio
983
- probatório dos profissionais do magistério, com a sua participação;
984
-
985
- 15
986
- VII - oferta de programas permanentes e regulares de formação e
987
- aperfeiçoamento profissional do magistério e a instituição de licenças remuneradas e
988
- formação em serviço, inclusive em nível de pós-graduação, de modo a atender às
989
- especificidades do exercício de suas atividades, bem como os objetivos das diferentes etapas e
990
- modalidades da educação básica.
991
-
992
- Art. 20. Os critérios para a remuneração dos profissionais do magistério
993
- público devem se pautar nos preceitos da Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que
994
- estabelece o Piso Salarial Profissional Nacional, e no artigo 22 da Lei nº 11.494, de 20 de
995
- junho de 2007, que dispõe sobre a parcela da verba do Fundo de Manutenção e
996
- Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Magistério (Fundeb), destinada ao
997
- pagamento dos profissionais do magistério, bem como no artigo 69 da Lei nº 9.394, de 20 de
998
- dezembro de 1996, que define os percentuais mínimos de investimento dos entes federados na
999
- educação, em consonância com a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprovou o Plano
1000
- Nacional de Educação (PNE).
1001
-
1002
- Parágrafo único. As fontes de recursos para o pagamento da remuneração dos
1003
- profissionais do magistério público são aquelas descritas no artigo 212 da Constituição
1004
- Federal e no artigo 60 do seu Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, além de
1005
- recursos provenientes de outras fontes vinculadas à manutenção e ao desenvolvimento do
1006
- ensino.
1007
-
1008
- Art. 21. Sobre as formas de organização e gestão da educação básica, incluindo
1009
- as orientações curriculares, os entes federados e respectivos sistemas de ensino, redes e
1010
- instituições educativas deverão garantir adequada relação numérica professor/educando,
1011
- levando em consideração as características dos educandos, do espaço físico, das etapas e
1012
- modalidades da educação e do projeto pedagógico e curricular.
1013
-
1014
- CAPÍTULO vm
1015
- DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
1016
-
1017
- Art. 22. Os cursos de formação de professores que se encontram em
1018
- funcionamento deverão se adaptar a esta Resolução no prazo de 2 (dois) anos, a contar da data
1019
- de sua publicação.
1020
-
1021
- Parágrafo único. Os pedidos de autorização para funcionamento de curso em
1022
- andamento serão restituídos aos proponentes para que sejam feitas as adequações necessárias.
1023
-
1024
- Art. 23. Os processos de avaliação dos cursos de licenciatura serão realizados
1025
- pelo órgão próprio do sistema e acompanhados por comissões próprias de cada área.
1026
-
1027
- Art. 24. Os cursos de formação inicial de professores para a educação básica
1028
- em nível superior, em cursos de licenciatura, organizados em áreas interdisciplinares, serão
1029
- objeto de regulamentação suplementar.
1030
-
1031
- Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
1032
- disposições em contrário, em especial a Resolução CNE/CP nº 2, de 26 de junho de 1997, a
1033
- Resolução CNE/CP nº 1, de 30 de setembro de 1999, a Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de
1034
- fevereiro de 2002 e suas alterações, a Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002 e
1035
- suas alterações, a Resolução nº 1, de 11 de fevereiro de 2009, e a Resolução nº 3, de 7 de
1036
- dezembro de 2012.
1037
-
1038
- GILBERTO GONÇALVES GARCIA
1039
-
1040
- 16
1041
-